Vocabulum Fractus
Aqui tenho a pretensão de apresentar meus textos (os quais chamo de rabiscos), e assim, me dizer...
Textos
Assim falou Suassuna ou O estranhogeirismo

Acho muito fake
dar like
em algumas palavras.
Nunca foi bike
a bicicleta que eu pedalava.

Inês is dead
My mind is bad
Já não sei qual o certo
Meu lusitano abrasileirado
está meio complicado
Já é outro dialeto?

Is it a problem
or is it not
a problem?
Por favor, não embromem,
se é Surperman
o que também
é Super-homem.

É muito blondie,
é tanta brunette,
aonde é confete
de sabedoria.
Será que compete
o que não se deveria?
Agora até é spoiler,
dizer o quê se repete
na fila da bilheteria.

It's my brother,
é a minha manifestação.
To be or not to be,
esta é a questão.

É spin-off de séries
e poemas,
my girl me fere
se nao for de Ipanema.

É bad (e não ruim)...
meu love story
não é folclore,
mas é halloween.
Sem ter the end,
será que se compreende
que isso pode ter fim?

Bullying é assédio moral,
beach é a praia daqui,
espetáculo é show,
até o brother é brow...
e eu sem saber o guarani.


19-10-2018
00h35min

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ariano_Suassuna

Quatro anos sem um dos nossos maiores guerreiros em defesa da nossa cultura tão ameaçada... um dos poucos mestres restantes, que lutou por nossas raízes. Falar a favor de Ariano Suassuna é se mostrar contra a todo esse modelo de entretenimento que ai está. A cada apresentação do que hoje vemos nas TV' s e ouvimos nas rádios, e outras mídias, é a desistência do nosso verdadeiro patrimônio intelectual e popular. Lutar contra essa massificação alienante é um dever a favor da inteligência da nação.

Ariano entendia bem essa urgência desde os anos de 1970, quando fundou, com outros intelectuais e artistas da época, o Movimento Armorial (não visto com bons olhos por alguns, ainda hoje). O movimento tinha por principal ideia a propagação de nossas festas populares e religiosas e músicas regionais, e ainda dar-lhes uma roupagem erudita. Ariano entendia, que por força da mídia (a podre), conhecíamos muito mais a cultura de outros povos do que a nossa, que o Brasil era muito mais do que só carnaval. Coisa que também implica na falta de curiosidade do povo para desenvolver pesquisas sobre o que temos de folclore e outros movimentos artísticos e literários. Muitos sabem o que é o roque, mas não sabe o que é o maracatu, o bumba-meu-boi, o côco, a embolada, e por ai vai... e isso vai além do gosto musical, pois é nossa história.

Hoje temos como adeptos do Movimento Armorial, artistas do naipe de Elomar, Xangai, Vital Farias, Heraldo do Monte, Antônio Nobrega, Geraldo Azevedo, Socorro Lira, Téo Azevedo, Renata Rosa, Diana Pequeno e até mesmo artistas que não são do circuito nordestino, como Almir Sater, Renato Teixeira, Paulinho Matricô, Saulo Laranjeira, Rolando Boldrim, Décio Marques, Céumar, Mônica Salmaso, Gaucho da Fronteira... entre outros mais, mas que infelizmente não vemos mais nos grandes círcuitos da mídia e grandes casas de apresentação.

A ideia de Suassuna era:

Há espaço para todos.... principalmente aquilo que possa contribuir com o que nos torne indivíduos melhores, ou seja a boa qualidade, que nem sempre é essa música de alto consumo que martela em nossos ouvidos.

Cuidar do nosso patrimônio imaterial, como dito acima, e não "permitir" o estrangeirismo desnecessário em nossa lingua, é demonstrar que, se não dermos "like" a tudo isso, a nossa bicicleta deixará de ser "bike" e ainda poderemos nos ver como um povo inteligente.

Você pode contribuir com isso:
Dê espaço ao nosso melhor... não dando "up" ao péssimo, mas compartilhando o que temos de excelência cultural.
Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 16/11/2018
Alterado em 01/03/2020
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
Comentários
Site do Escritor criado por Recanto das Letras