Penas do libertar
Sou passarinho
cujo ninho é o mundo
O meu tempo
é o momento do segundo
Tenho a asa para o adiante
e todo instante eu canto céu
Não estou no cinema
nenhum retrato, novo poema
não há teatro para meu papel
O meu canto é todo amante
soo cortante para o cinza cruel
Sou Pascoal, sou Gismonti
Montenegro, o menestrel
Minha casa é todo horizonte
não há lenda que me conte...
Sou tiê-sangue, azulão e cardeal
Sou uirapuru futuro...
Meu amanhã não é preso ao ontem
não há escuro que me aponte
sou surreal
Sou ave da mata incendiada
a fênix ressuscitada
sou Adoniran
Sou a ave do paraíso
o meu canto é preciso
à volta da jaçanã
Sou passarinho
em estado de Nazaré
Chorinho quebrando gaiola
Tocando o homem, embora
saiba o quê o homem é
Sou uma ave de vento
harpia que ao ar invento
para sair do lugar
Sou um poeta em fantasia
a realidade da alegria
à ilusão de sonhar
19-02-2019
09h18min
Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 19/02/2019
Alterado em 19/02/2019
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