Cristalino
Só vejo discos voadores de olhos fechados...
há um outro universo dentro de minhas pálpebras
Vez ou outra, elfos com dedos de raios lazer
tocam balalaica ao pôr do sol
Cimitarras são naves espaciais...
não há gases na atmosfera, e sim música
Há uma horda de pardais
nos coretos das cidades
aonde casas não existem
Passarinhos são mestres de alvenaria
e ensinam que construções
não são lares
Lá não se come, não se mata
plantas e animais vivem
e o alimento é um prato chamado felicidade
Os oceanos são imensas poças d’água
e todos os barcos são de papeis
pois as chuvas molham de um jeito engraçado
Crianças existem de fato, pois nunca crescem
O vento é mais vento
e ensina brincadeiras de nunca envelhecer
Sou Jerônimo de Marte
Sou John Carter do Sertão
A alma não é contrariada pelo corpo
e até acho que os dois se namoram as escondidas
Paquero com a inocência do primeiro beijo
e a namorada é sempre a primeira
e se chama Francisca
Esse meu universo
mesmo de olhos fechados
está à frente de minha retina
e tem a minha íris como estrela da manhã
É uma dimensão
com jeitinho de infância.
12-04-2019
15h30min
Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 12/04/2019
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