Precioso universo
preciso e inverso
minha dimensão
Aqui tudo é casa
a estante é asa
instante da imaginação

Estrelas são livros
páginas seres vivos
a recriada evolução
Têm plantas no quintal
sequer há um jornal
o silêncio é da televisão

Aqui meio que assim
música vento em mim
riso no bico do azulão
o muro separa o mundo
o céu é azul profundo
o rádio mudo da estação

Aqui, meu multiverso
em múltiplos versos
chá de romã e limão
Fortaleza que casa
com sede e brasa
inverno com verão

Aqui, abrigo meu
que o tempo perdeu
por minha intenção
É mesmo tão assim
sol e lua sem fim
minha constelação

Saudade até adentra
sob licença, assenta
e morde o coração
pois eu lhe permito
quando é sem grito
e estendendo a mão


02-02-2020
18h34min

Agradeço a excelente interação da nobre poetisa Hull de La Fuente.

A saudade se assenta
porque teve permissão
Somente o poeta aguenta
essa aproximação
Amizade com a saudade?
Eu não o invejo não