Assim, assim...
perfeitamente assim
e nada mais
Se olhássemos para o outro
e o sentimento viesse mais solto
a emoção teria nome de paz

Se muito mais
que um aperto de mão
houvesse de fato a intenção
seríamos um do outro
novo irmão
um jeito de cais

Mas se vê o contrário...
Riscamos o calendário
não para os dias a mais
Tudo é por menos
Somos assim,
tão pequenos...
Cordialidade
é cara demais?

Um abraço
surge tão raro
o sorriso sincero
é sem amparo
Eu quero, é claro
no escuro entender...

Ser é mesmo a questão?
Ou deixar de ser
é a opção
para de outra maneira
não ter isso,
essa metade inteira?
De por tudo na conta
de crises existenciais
Quando que somos nós
a faca de dupla ponta
que corta o que poderia ser
outros ideais

A vida anda tonta
por que perdemos o equilíbrio
não há gravidade
nas questões morais

O brio é brega
a entrega é vazia...
E o poema
que era para ser sobre alegria
não resolve o problema...
é só mais um texto
cujo tema
atesto;
não tem poesia


17-01-2021
09h24min